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quando você nasceu
eu me vi no todo,
eu era ali o belo cenário do mundo;
eu havia inspirado o ar livre da paisagem
feita das paredes interiores do elevador,
onde ajoelhei pedindo que tudo desse certo.
em ti,
verdadeiro poema,
inspirei-me para viver
muito mais!
senti paz,
muito mais,
pois você também me viu no todo:
reconheceu seu amigo-papai
como reconhecera sua amiga-mamãe,
eu sei,
pois seus olhinhos acenderam
ao encontrar os meus
quando você passou nos braços da enfermeira
pelo corredor da maternidade.
de tal forma
que amei mais o amor:
nascia naquela noite de maio
um sobreamor,
um inexplicável,
raro
e doído amor;
uma tal poesia
que até então eu não compreendia:
era você, Marianna
é você, Marianna!